11 de jan. de 2014

O batismo de Jesus Mt 3, 13-17






Dia: 12/01/2014
O batismo de Jesus
Mt 3, 13-17
 
Naqueles dias, Jesus foi da Galiléia até o rio Jordão a fim de ser batizado por João Batista. Mas João tentou convencê-lo a mudar de idéia, dizendo assim: 
- Eu é que preciso ser batizado por você, e você está querendo que eu o batize? 
Mas Jesus respondeu: 
- Deixe que seja assim agora, pois é dessa maneira que faremos tudo o que Deus quer. 
E João concordou. 
Logo que foi batizado, Jesus saiu da água. O céu se abriu, e Jesus viu o Espírito de Deus descer como uma pomba e pousar sobre ele. E do céu veio uma voz, que disse: 
- Este é o meu Filho querido, que me dá muita alegria!

 
Comentário do Evangelho

O ministério de Jesus tem início
a partir do seu batismo
por João Batista
 
Com toda clareza, constata-se nos quatro evangelhos que o ministério de Jesus tem início a partir do seu batismo por João Batista. Evidencia-se assim a importância de João Batista no projeto de Deus, ao assumir em plenitude sua humanidade a partir da encarnação de Cristo. 

Lucas realça essa importância quando, em seu evangelho, faz um paralelo entre o anúncio da concepção e nascimento de João Batista e de Jesus. Jesus, reconhecendo a autenticidade do anúncio de João Batista, abandona sua rotina de vida em Nazaré da Galileia e vai ao encontro de João na região do além-Jordão para receber o batismo. A partir desse encontro, começa a formar seu próprio discipulado dentre os discípulos de João para, a seguir, iniciar o próprio ministério, assumindo elementos do anúncio de João Batista. 

O batismo de João é mencionado onze vezes no Segundo Testamento, sempre com acento no seu caráter de fundamento ao ministério de Jesus. Os evangelhos citam que mesmo Jesus, quando questionado pelas autoridades do Templo, dá a entender que o batismo de João é do céu. 

Em Atos dos Apóstolos, no momento da 
escolha do sucessor de Judas, Pedro estabelece o critério básico para ser apóstolo: "É necessário, pois, que, dentre estes homens que nos acompanharam todo o tempo em que o Senhor Jesus viveu em nosso meio, a começar do batismo de João até o dia em que foi arrancado dentre nós, um destes se torne conosco testemunha da sua ressurreição" (At 1,21-22). 

Também em sua fala, em casa de Cornélio, Pedro faz alusão ao começo do ministério de Jesus na Galileia depois de ser batizado por João (At 10,37-38 - segunda leitura). João Batista anunciava a conversão à prática da justiça como caminho para remover o pecado do mundo. 

A aspiração a uma realidade de justiça e paz já está presente em alguns textos do Primeiro Testamento, quando o povo vivia oprimido e explorado primeiro pelas cortes reais e, depois, pelas elites religiosas sediadas no Templo de Jerusalém. No texto do "servo" de Isaías (primeira leitura), encontramos o sonho de consolidação do direito e da justiça. 

Ao pedir o batismo de João, Jesus diz que "é assim que devemos cumprir toda a justiça!". Depois de ser batizado, o seu gesto é confirmado pelo Espírito Santo e pelo Pai, com a proclamação: "Este é o meu Filho amado; nele está meu pleno agrado". Jesus, assumindo e renovando a mensagem de João Batista, declara a conversão com a prática efetiva da justiça como vontade do Pai e como bem-aventurança pela qual se entra em comunhão de vida eterna com Deus. Posteriormente, Pedro, fiel ao mestre, afirma, ainda em casa de Cornélio: "Estou compreendendo que Deus não faz discriminação 
entre as pessoas. 

Pelo contrário, ele aceita quem o teme e pratica a justiça, qualquer que seja a nação a que pertença". Esta é a verdadeira perspectiva universalista, em que todo aquele que se empenha na luta pela justiça, cultivando a vida, é agradável a Deus e entra em comunhão com ele, em qualquer época, povo ou nação.    

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